27 de junho de 2008

Colégio Madre Savina




Que saudade! qual seria o nome apropriado pra aquela saudade boa? que não dói no peito, que não trava a garganta? Nostalgia? talvez... nos últimos dias tenho reavaliado a minha vida, repensado em tudo vivido e agradecendo por continuar viva.


Já vivi coisas das quais me sinto privilegiada e tenho então a partir daí a certeza de que tudo valeu a pena. A época de escola é a que mais me deixou saudade. Aquela conversa na aula por bilhetinhos, aquela amizade de ir dormir na casa da amiga, de sorrir de besteiras...


A época do Madre Savina, muitíssimo lembrada e amada. Foi quando eu conheci pessoas maravilhosas e outras quase que totalmente dispensáveis, porque em partes serviram para o meu crescimento e amadurecimento espiritual.


Saudade de sentar na porta da escola, naquelas escadinhas chupando o picolé do Barão, e conversando sobre qualquer coisa, as descobertas amorosas, as crises existenciais da adolescência, aquela sensação de que não existia no mundo ninguém capaz de me entender. O primeiro beijo, a primeira declaração, as risadas, as gincanas, os jogos... que coisas pequenas, meu Deus! Coisas que eram da minha vida, da vida de quem estava ali ao meu lado, tudo era quase que uma coisa só e meu universo era ali.


E eu tinha domínio sobre ele, porque era tão restrito. Quando ontem passei lá na porta, na porta da minha escola e vi outras pessoas vestindo a mesma farda que antes era minha, meu coração apertou e senti que aquelas novas pessoas, com suas novas histórias estavam me roubando alguma que era só minha, o meu lugar, as minhas lembranças. Agora eram eles os autores dos novos destinos que empreguinaria aquele ambiente.


Aquelas escadas, a cantina, os bancos, as salas de aula, os professores ...tudo! o que foi meu , agora era deles e esse é o andar da vida, é o ciclo da juventude que sempre está por vir. É necessário compartilhar, deixar que eles sejam tão felizes quanto eu fui, que eles descubram muito da natureza humana que se floresce nessa época. As decepções, os sentimentos bons e os ruins.


Na parede lá de fora, na de pedra tem meu nome escrito com corretivo, ás vezes quando passo por lá a pé sempre olho e confiro se o tempo ou o pintor ainda não o apagou. Embora me doa ,eu sei que ele vai apagar, ele sempre apaga.



**********Ananda Sampaio

Um comentário:

Anônimo disse...

Saudade boa essa.
Muito boa.


Gostei dos escritos.. ;]

=**