"Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós"
Milton Nascimento
Dos três sou a mais velha. Falo rápido demais – geralmente penso mais rápido do que a capacidade de articulação da minha língua.
Como vês – sou um atropelo. Das palavras, dos movimentos privados de exatidão. Já fui mais impulsiva, hoje essa natureza pulsa distraída dentro de mim.
Gosto de falar por horas e horas sobre assuntos geralmente considerados chatos – literatura, cinema, filosofia e música. Imagino que com o passar do tempo tornei-me o eufemismo de mim mesma.
Sou quem sempre fui, mas com texturas mais leves – menos áspera.
Gosto das conversas que brotam em nós nos dias de chuva...
Amo ser mulher e ter a liberdade de chorar por coisas aparentemente bobas. Sou chata quando decido que o meu dia será voltado ao silêncio. Adoro roer o esmalte das minhas unhas.
Banhar minha cadelinha naquelas tardes ensolaradas de domingo. Gostaria de poder caminhar mais – ter mais contato com a natureza. Ainda não consegui entender qual seria o meu emprego dos sonhos – só sei que escrever é pilar fundamental dessa minha busca.
Vejo o mundo por um vitral – que o deforma e lhe dá a forma que melhor consigo mensurá-lo. Dentro de mim – talvez eu ainda seja a mesma.
Ananda Sampaio
3 comentários:
totosa!
Escrever um pouco... No papel as palavras saem sem mais obstáculos; caminhar e pensar um pouco pode nos salvar de tropeções! kkkkkkkkkkkk
é tudo questão de coordenação!
autobiografia extremamente poética!
lindo texto, como sempre.
=***
Gostaria de voltar minha infância!
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