Quando tudo está estranho nada
parece natural. Embora tenha sido construído de tal maneira que temos a sensação, de que
nasceu e cresceu – como uma semente. A árvore que rasga o solo em busca de sol.
Enquanto me deparo com o estado naturalizado das coisas
percebo que esse meu olhar estranho sobre o mundo me deixava cada vez mais
estranha – ou melhor, continuamente mais estrangeira. Com minhas próprias emoções
e distopias. E essa sensação de não pertencimento é etérea demais. E tive
certeza que a qualquer momento me dissolveria no ar.
E há incompreensão alheia quando forço minhas retinas pra
conseguir enxergar o significado. Porque o significado parece sempre ser
evidente. Menos pra mim.
- Me desculpe, eu digo. Mas você não tem impressão que tudo
parece ter mais do que três dimensões?
Assim é caminhar sobre um chão impreciso, em regiões quase
despovoadas de si mesmo. Porque lá a terra é árida, vez ou outra chove. No
entanto, são muitas as mãos que salvam. São muitos os dias de sol. E o melhor,
são muitos os significados. E são muitos os descaminhos.
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