22 de fevereiro de 2012

O fim do Carnaval


O carnaval chega ao fim e eu estou feliz. Minhas lembranças mais recentes dizem-me que em minha alma o carnaval não habita – gosto dos sambas de Chico, gosto dos contos de Carnaval e até imagino que o carnaval “das antigas” contivesse algo de extraordinário.

Contudo, posso falar com aptidão real somente sobre meu tempo (se é que o tempo algum dia foi meu!) e no meu tempo já são tantas máscaras que não há necessidade de uma data específica pra isso.

Data pra festejar?

Festeja-se quando a alma pede e o coração sacoleja.

E pra isso não é preciso fantasia, encher o ar de gritos e sons. Simplesmente acontece, como um prazer genuíno que só as coisas não planejadas podem fornecer. Não acredito no carnaval e muito menos nessa “alegria” inventada.

Desculpem-me os brasileiros da gema. Mas, pra mim Brasil é o de todo dia. Não é esse vestido de confete e serpentina.

Mais além do que o olho vê – mais além de onde a vista escapa. Esse Brasil onde ninguém se escuta, onde as pessoas se tocam sem se verem não me interessa.

Saúdo aqueles que conseguem imputar-se sorrisos meio a folia. Quanto a mim, prefiro a vida de verdade.

Ananda Sampaio***

2 comentários:

Pollyana disse...

Total razão!

Cynthia Osório disse...

é um viés. achei poético.