31 de julho de 2008

Adolescente




Vasculhando uma caixinha antiga. Achei um monte de cartinhas e bilhetes. Talvez, todos pueris demais ou quem sabe apenas simplistas.Eram pedacinhos da minha adolescência que foi embora de mim e eu nem percebi. Lembrei então dos inúmeros conflitos entre eu e eu mesma. A minha revolta cada vez mais insana, a minha revolta contra tudo que eu não conhecia bem. Mas, principalmente a minha revolta em relação a tudo que eu tinha certeza conhecer bem.



É a fase que os prazeres da vida são bem servidos à mesa, que você pode exagerar até sentir vontade de pôr tudo para fora. Afinal, é a adolescência e você tem todo direito de gritar bem alto contra o mundo inteiro, você pode e deve...



Conflitos intensos, emoções e sentimentos que não possuiam em si denominação alguma e era difícil , bem difícil falar deles. O mundo era feito e maquiado de estranheza. Meu corpo era estranho, minha cabeça era louca e meus pensamentos amargavam a boca. Ser adolescente é estar em constante estado de dor. Dor pelo o mundo, pelas regras, dor pela vida talvez medíocre que os pais levam, dor pela vida medíocre que pedem que viva.



Não há cansaço e é sempre hora de abrir o berreiro e colocar a boca no trombone contra qualquer coisa ou pessoa que simbolize ordem.Geralmente, nessa fase legal mesmo é transgredir é assim que é possível sentir algum sinal vital.



Tudo é careta. O mundo todo é burro e eu , ah!! eu sei de tudo. Que caminho seguir, que verdade escolher. Eu estou certa , sempre certa. Se eu acreditar que me jogar da ponte é solução , eu o farei. Porque eu faço o que quero! Eu choro pelo mundo, pela a dor alheia que nem mesmo os próprios 'alheios' sentem. Eu não aprendi a me conformar, estou sempre tentando mudar e me aceitar.



Sou obtusa, angulosa e maldosa. Eu queria seguir o meu caminho. Eu choro, eu rio , eu canto e escrevo numa mutabilidade de pensamentos que nem eu mesma , ás vezes posso acompanhar. Eu amo demais e nunca sei explicar porque machuco exatamente quem eu mais amo. Estou quase em erupção. É uma luta clássica, entre 'ser ou não ser'.


Ananda Sampaio

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