30 de junho de 2010

As Horas




"Dear Leonard. To look life in the face, always, to look life in the face and to know it for what it is. At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away. Leonard, always the years between us, always the years. Always the love. Always the hours."

Trago em meus bolsos as pedras de Virginia Woolf, queria trazer nos punhos a mesma literatura. Tenho muitas das dores no mundo, mas preciso dizer que no meu coração não há espaço..não cabe nem as minhas. Preciso acreditar que há uma vida além desta que trago agora em meus bolsos. Preciso acreditar que existe gente diferente para eu levar na minha memória, nos meus cadernos, na minha humilde biografia.

Há ainda muitos livros para ler, muita dança pra quem sabe um dia aprender a entrar no ritmo, entender o compasso e entre tudo isso o percalço das horas. Dos dias que precedem o esporro, dos dias que são cinzas mesmo quando o azul cintila tão celeste.

Há ainda frases para serem admiradas.Saramago para ser lido, e mais abril para despedaçar.Preciso me conter e contar as horas.É válido agradecer a todos aqueles que de alguma maneira ajudam o tempo a passar, e tentam reparar os sulcos da face e os músculos cansados do coração.

Fato é que sempre há mais a dizer. Sempre há mais. Adjetivos, interjeições e interrogações... agradecimentos, piscadelas e beijos lançados no ar. Preciso me re-encaixar, me re-colocar no mundo que preciso re-construir, re-começar e quem sabe um dia me re-conhecer... Mas,afinal que horas são!?


Ananda Sampaio***

Um comentário:

Luciana Lís disse...

Sempre o peso das horas - o que nos separa do mundo, das pessoas; o que queremos do mundo, o que pensamos da humanidade.

são 21:57.

te amo!
;*