2 de setembro de 2010

Aproveite o silêncio...



Eu quero os silêncios de todas as espécies, gênero e cor. Peço a música que cesse, os barulhos que se calem e as palavras que emudeçam. A garganta da minha angústia secará, a saudade sem língua nada poderá reclamar a meu coração.
Fonemas, onomatopéias e mais toda tradução do som...deixe de existir. Tudo por alguns segundos milésimos, não peço muito.
Que o mundo páre. Não há rotação, não há translação. O Universo será solidário com minha dor. A minha angústia se engasgará com a vontade louca de gritar. E o silêncio me trará finalmente a paz, a mesma paz que deve existir no nada.
Que aos pés do nada definhe meus dias de tristeza. Especialmente aqueles que não servem para povoar meus poemas mais piegas. Para minha plena satisfação, os meus desafetos mais íntimos, pessoais e infieis desaguarão no fluxo que segue para o nada...e tudo mais aquilo que nego ser.

Ananda Sampaio***

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