27 de agosto de 2011

A insustentável leveza do ser


Aaron Farley
Mas, sobretudo nenhum ser humano pode oferecer a outro o idílio. Só o animal pode porque não foi banido do paraíso. O amor entre o homem e o cão é idílico. [...] Se Karênin fosse um ser e não um animal, certamente já teria dito a Tereza, há muito tempo: “Escute, não acho graça em todos os dias ter que levar um croissant na boca. Não poderia descobrir uma brincadeira diferente?” Essa frase contém toda a condenação do homem. O tempo humano não gira em círculos, mas avança em linha reta. Por isso o homem não pode ser feliz, pois a felicidade é o desejo da repetição.
Milan Kundera – A insustentável leveza do ser, p. 247

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