-Ninguém pode me salvar. Sussurra no escuro a velha
senhorita.
-Nem a santa missa aos domingos, nem o abraço de quem está
longe. Não há ninguém que possa me aliviar da solidão que sinto, das consequências
dos meus atos, das palavras displicentes em contraste com o vento.
- Não há quem possa me salvar de mim!Nem o Santo Papa, nem
os santos fortes... na teia que me debato não há quem me retire. Nem em Paris
estaria livre, pois ela há de ir comigo aonde quer que eu vá. Não existem
analgésicos, tá tudo aqui.
- Dentro da cesta que carrego, entre as noites de insônia e
os dias nublados. Eu disfarço, manipulo e maquilo. E às vezes ela cala e se
compadece de mim. Dá um tempo!Mas, desabrocha como flor inesperadamente e quando isso acontece nunca é primavera.
Ananda Sampaio***
Um comentário:
às vezes nunca é primavera! bonito esse jeito de dizer das angústias!
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