Quase todas as nossas
vulnerabilidades podem ser vista a olho nu. Por isso, não me encare, não me
verse o olhar. Não retire minhas camadas – deixe pairar a dúvida
e a eterna lacuna. Assim se faz mais belo o espírito. Assim se faz mais fácil.
Não preste atenção naquilo que
não digo, nem no que desenho no silêncio das noites frias. Façamos de conta que
sou uma figura plana. Sem subidas. Sem quedas. Sem descidas. Deixa tuas mãos
surfarem sobre o meu cabelo e assim faz de conta que sou mar. Mar a amar. Amar
a beira mar. Mar a beira de mim.
“Time is as weak as
water”
Pois, sobre a fragilidade da água
flutuam a nuvens de sol, de chuva e de algodão. Sobre a frágil água vão os
enormes barcos, barquinhos, embarcações e veleiros. A água carrega as pétalas e
as pedras. E as águas e o tempo na sua mais pura fragilidade carregam muito,
quase tudo... Varre o mundo, varre nós dois. Por isso, não me encare. Não me
descubra - deixa que caminho seja um eterno refazer-se. E eu me junto a ti e tu
se junta a mim.
Ananda Sampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário