Trinta anos não são trinta anos.
Trinta anos podem valer por cinquenta, por sessenta, por vinte, por dez ou por
nenhum. A idade muda, o último dígito,
na maioria das vezes. Mas, nem sempre muda junto o espírito ou o coração.
Chego aos trinta com menos roupa
no guardarroupa, menos sapato no sapateiro e mais livros na estante. Chego aos
trinta com uns sonhos na manga. Com vontades e desejos ainda por realizar. Com
planos frustrados e outros de pleno sucesso. E ainda prefiro autorretratos a
selfies.
A vida não é um mar de rosas e
nem um mar de lágrimas. Existem muitas coisas interessantes e bonitas nesse
imenso meio termo. Chego aos trinta amando o meio termo- não sou jovem, nem sou
velha. Sou apenas quem escolhi ser e outros alguéns que ainda não consegui me
desapegar – embora tenha tentado. Sou o ínterim.
Contabilizo três gatos e quatro
cachorros – companhias que têm me ensinado cada vez mais sobre a vida. No meu álbum
de pessoas, guardo as mais bonitas, algumas me lembram girassóis e outras a lua
e algumas mais são estrelas do meu céu.
Chego aos trinta lamentando as
minhas incompatibilidades com o mundo e me lembrando que são elas os meus
pilares e a minha digital. Chego aos trinta querendo ser a pessoa que meus cães
pensam que sou. Planejo me exercitar, sair dessa vida sedentária que levo desde
os vinte.
Agradeço por mais uma década de
vida, de vivências e de longos pensamentos. Queria uma memória mais expansiva –
cada vez mais lembrar se faz um ato prazeroso. Queria guardar aqui dentro os
melhores momentos, com seus detalhes e nuances.
Chego a essa idade e não sou nem
um pouco parecida com quem eu imaginei que seria. Graças a Deus!
Ananda Sampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário