15 de julho de 2011

Paris é uma festa

Corey Stoll como Hemingway

Por volta dos 20 anos tentei ler ‘Paris é uma festa’, de Hemingway. Fato é que não tinha ainda vivência para absorvê-lo. O tempo passou e de repente chega as minhas mãos a obra prima deste escritor norte-americano

‘O velho e o mar’ em apenas uma noite de solidão consegui lê-lo por completo. E me maravilhei tanto que passei meses com aquele livro rondando meus pensamentos.

A verdadeira arte me amputa algo e mais na frente apara alguma aresta indevida.

Foi assim que me senti – órfã de mim mesma. Convicções que eu tinha e que não sabia tornaram-se sólidas. E dessa vez me encontrei com Hemingway no momento exato. Feliz coincidência.

E este maravilhoso escritor é um dos personagens mais intrigantes de Meia noite em Paris. Fui ao cinema para vê-lo e como mais um Woody Allen saí de lá maravilhada sonhando com a cidade luz. Não no seu glamour, nas suas lojas caras e famosas - mas na sua poesia.

Com toda essa gente que se encontrou por lá.

 E lá ao contemplar aquelas figuras tive certeza que o passado me convém.

Queria ter uma lojinha de antiguidades em Paris – vender vinis antigos, livros usados, coisas de outras épocas, que passaram por várias mãos alheias. Porque em Paris nenhuma vida é medíocre. Sempre existem possibilidades e todo mundo pode ser artista.

E a cidade fica ainda mais bonita sob a chuva.

Ananda Sampaio

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