18 de agosto de 2011

Tudo que eu falei dormindo



“Tudo que eu falei dormindo, eu sempre quis dizer de dia” - Detonautas

E eu sempre fui assim – esquisita. Calada, fugidia, estranha aos outros. Porque assim era minha geografia. Sempre prezei as minhas emoções de forma desmedida, guardei-as para mim e não para quem era o motivo delas. Num exercício egoísta, de apreço a mim mesmo e só...

Privei-me inúmeras vezes de ver no rosto do outro a satisfação, aprisionei minhas sentimentalidades por medo e para compensar o estrago transformei- as em palavras escritas ali no papel.

Porque aqui dentro, caro amigo. Passam-se monções, mistrais e tempestades dispersas. Ao acaso, são minhas emoções meu tesouro mais precioso, minha fraqueza escondida – resguardada.

Não, nunca fui efusiva. Sou ainda aquela criança que gosta de brincar no cantinho. Recriando meu mundo seja de contos de fada, seja de realidade bruta. Meus sentimentos, por ora e sempre minha digital. Meu mais claro retrato, com roupa de festa, molhada de chuva.
Sou eu, somente eu nos impropérios que digo a mim mesma. Sou puramente eu, nas reações resguardadas. 

Não preciso me mostrar ao outro, pra saber que existo, para saber que tenho algum espaço.
Estou à constante procura do meu lugar no mundo. Se ele existir me caberá – como sou. Pronome intransferível me conterá sem muito esforço, sem muito esganiçar. Serei eu, no copo meio cheio ou meio vazio.

E ninguém, ninguém tem nada a ver com isso apenas quem me lê.

Somente quem desejar me decifrar, saberá a quantas me desfaço a quantas me refaço. E a que hora do dia ou da noite me recomponho. De outro modo, serei eu, aquela que passa despercebida, aquele que ninguém ouve e nem vê. Talvez seja apenas “a influência má dos signos do zodíaco”.

Ananda Sampaio***

2 comentários:

Luciana Lís disse...

=) 'Calada, fugidia, estranha aos outros.'
subsidiada pela nossa amizade, ouso dizer q está muito fiel, pelo menos ao meus olhos, do que percebo, pq ainda não sabemos qualificar silencios, talvez por isso Deus nos deu uma vida em que podemos ver o mundo ao nosso redor de diversas maneiras, diversas cores, níveis diferenciados de paciência, decifrar nosso 'eu' deve ser uma tarefa natural e que penso talvez dure toda a nossa existência. Ou não.
'Passam-se monções, mistrais e tempestades dispersas. ' - o nome disso é riqueza espirital, já diria nossa querida Simome. nós deveríamos ter tomado ao menos um café juntas, né?

Te amo!
=***

R.Sampaio disse...

quem te dera criancinha...HUMILDADE SEMPRE, AFINAL DE CONTAS Simone é Simone!!!hehehehehehehhehe
Raíssa Sampaio