29 de novembro de 2011

Autoconhecimento


Nina Hamnett por Roger Fry
E talvez eu esteja eternamente esperando... Pelo o que não foi ou pelo o que será.  A vida se entrelaça em torno de mim e toda noção de tempo e espaço se esvai. Como se de repente eu estivesse completa, não existem entremeios. Mas, eu sou o caminho inteiriço, onde me sinto segura. O único lugar que eu pavimentei apenas com minhas emoções.

Diferentemente do mundo, permeado de emoções alheias e olhares estrangeiros. Cá estou eu, trancafiada na minha própria inabilidade, inapta e inadaptável aos outros. Sempre em luta apenas, comigo mesma. Sempre tentando vencer as minhas limitações, tão próprias e cadentes – que já sei de cor o que querem dizer.

Dentro deste modo circular de viver, desafio o mundo externo, extraindo dele o mínimo. Retirando dele o que preciso, ou o que penso que preciso. Mudam minhas necessidades e refugo muito do que aprendi sem querer, mas que me serviu. E é nesse conflito de mundos, que sinto chocar em mim convicções cada vez mais anormais – incompreensíveis.

Por mais contraditório que possa parecer, eu me conheço até no meu total desconhecimento. Nesse engendramento, nessa briga de gato e rato. Quem fere e é ferido sou eu. E tudo que me persegue é apenas a sombra dos meus medos...
Um mar de mil faces.

Ananda Sampaio***

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