14 de março de 2012

Bilhete.


Quando você sai, eu calço teus chinelos. São enormes para os meus pés magrelos, mas gosto de imaginar que está comigo, mesmo quando cruza aquela porta. Enquanto você não chega canto uma canção, me enlaço nos lençóis com teu cheiro e declamo uma poesia pro criado mudo. Eu gosto do sol quando é sobre nós que ele incide e eu posso vislumbrar a tua sombra enroscada na minha.
É como se fossemos um, fingindo ser dois.
Gosto também das tuas camisas, de vesti-las imagino que são teus braços. E quase tudo fica mais fácil, mais simples. Gosto do meu cabelo, quando teus dedos o penteiam.
E dos lugares que visitamos quando rimos. As gargalhadas são como brisa leve sobre meu rosto. E meu peito se enche de esperança e sou criança mais uma vez.

Ananda Sampaio 

2 comentários:

Cynthia Osório disse...

Que íntimo!aquela intimidade que a felicidade não esconde! me senti uma voyer.

Iasminne Fortes disse...

Escrever sobre o que é real. Realidade linda!