23 de junho de 2012

Nesta Cidade


Sempre tive, cá comigo, a plena convicção que te encontraria aqui neste lugar. Em algum lugar por entre essas ruas e becos, estaria você. Talvez encostado num muro ou caminhando sob a chuva gelada. Certo é que meus olhos quando se pusessem sobre ti, estariam lendo sinais familiares e agradáveis.

Jamais teria como fugir do meu abraço ou das minhas crises existenciais severas. De tudo, sempre soube, você faria parte. Pro bem ou pro mal está enlaçado a mim como uma maldição ou um carma bom.  E dessa rota não há como fugir e eu sei que tu não queres.

Mesmo que eu te enrede em nós infinitos e te force a me beber todos os dias, ainda quererá estar aqui. Sentado nesta cama, sob esta luz fraca – ambos embriagados da própria vida, mas juntos. Atados.

Eu sabia que nessas ruas entre os nomes e os versos e as canções. Certo como uma via de mão única, como um dia após o outro, como a claridade vil de junho. Estaria a me esperar sem saber que esperava.

Não importando se eu caminhava a passos lentos ou largos. Um decreto de guerra, traçado por alguém de humor perverso e terno. É, isso mesmo, alguém que brinca conosco e que vez ou outra se apraze de nós.
Se tu caminhas na rua escura, sente minha respiração em teu pescoço. Se deslizas pelas madrugadas bêbadas escuta meus passos te seguindo. Eu estou com você, eu sempre estive.

Ananda Sampaio***

2 comentários:

Cynthia Osório disse...

um eterno encontro

Iasminne Fortes disse...

E não há como fugir.