Sempre
tive, cá comigo, a plena convicção que te encontraria aqui neste lugar. Em
algum lugar por entre essas ruas e becos, estaria você. Talvez encostado num
muro ou caminhando sob a chuva gelada. Certo é que meus olhos quando se
pusessem sobre ti, estariam lendo sinais familiares e agradáveis.
Jamais
teria como fugir do meu abraço ou das minhas crises existenciais severas. De tudo,
sempre soube, você faria parte. Pro bem ou pro mal está enlaçado a mim como uma
maldição ou um carma bom. E dessa rota
não há como fugir e eu sei que tu não queres.
Mesmo
que eu te enrede em nós infinitos e te force a me beber todos os dias,
ainda quererá estar aqui. Sentado nesta cama, sob esta luz fraca – ambos
embriagados da própria vida, mas juntos. Atados.
Eu
sabia que nessas ruas entre os nomes e os versos e as canções. Certo como uma
via de mão única, como um dia após o outro, como a claridade vil de junho.
Estaria a me esperar sem saber que esperava.
Não
importando se eu caminhava a passos lentos ou largos. Um decreto de guerra,
traçado por alguém de humor perverso e terno. É, isso mesmo, alguém que brinca
conosco e que vez ou outra se apraze de nós.
Se tu
caminhas na rua escura, sente minha respiração em teu pescoço. Se deslizas
pelas madrugadas bêbadas escuta meus passos te seguindo. Eu estou com você, eu
sempre estive.
Ananda Sampaio***
2 comentários:
um eterno encontro
E não há como fugir.
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