A minha mãe nunca foi uma mãe
comum. Das inúmeras características dela, talvez apenas umas duas poderiam ser
usadas para aquele tipo de comercial clichê: saber cozinha muito bem e a mania
de limpeza e organização. Minha mãe sempre pilotou moto, aprendeu a dirigir
carro aos 13 anos, sentada sobre travesseiros para conseguir ver o horizonte.
Minha mãe, já dirigiu trator, já descoloriu totalmente o cabelo e cortou bem
baixinho, igual à Madonna dos anos 80. Minha mãe escreve poesia, sabe contar piada e
entende de mecânica.
Minha mãe tem os cabelos
cacheados diferente dos meus, que são lisos. Mas sempre dizem que nossos olhos
e sorriso são iguais. Minha mãe é solidária, tem um coração grande e adora
ajudar os outros. Minha mãe ensinou minha irmã e eu a nadarmos cedo, por isso
nunca tivemos medo de água. Quando nasci não gostava de comer e minha mãe
chorava com prato na mão, fez uma prece a Deus que o próximo filho (a) fosse
comilão e teve sua benção alcançada. Rs!
Minha mãe é forte. Sempre conhece
um bom remédio pra um mal qualquer. Minha mãe me ensinou sobre o que ser
mulher, sobre todos os conflitos e dificuldades que passamos. Com ela eu
aprendi muito, inclusive a vê-la não como uma heroína ou alguém incansável, mas
como ser humano. Cheio de erros e acertos. Ela me teve aos 19 anos, uma
adolescente que acreditava que já podia ser adulta. Quando me coloco no lugar
dela, eu hoje quase uma balzaquiana, percebo que a vida se antecipou pra ela,
demais.
Minha mãe não é normal, minha mão
não é comum. Não posso utilizar para descrevê-la ou homenageá-la as frases
feitas ou ditados repassados. Minha mãe tem um quê de quem não pode ser
descrita. Minha mãe é alguém muito além, além de mim e além de si mesma. Ela é
uma leoa, um passarinho ou ainda um dia de sol.
Ananda Sampaio
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