Os caminhos existem, estão aí.
Sobre a terra, sobre o mar ou meio ao céu. Os caminhos são inúmeros,
invisíveis, inviáveis e desconexos. O caminho que trilhei, já não é o mesmo de
hoje. Agradeço.
Ultimamente tenho agradecido
bastante. “Deus te abençoe”, “Deus te
acompanhe” e eu digo: obrigada. Uso esta palavra porque ela sempre cabe. Seja
no quadrado, no losango ou retângulo. Esta palavra se veste, se infiltra e nos
liga.
A delicadeza das coisas, da sombra,
dos dedos entrelaçados eu tenho buscado. As veias do meu pescoço agora não
saltam, prefiro uma prece silenciosa ou desdenho disfarçado de cumplicidade.
Quero proteção.
Quero proteção de mim, das minhas
verdades, dos meus olhos que enxergam mesmo o que não quero ver. Preciso me
refugiar, mas não me calar. O silêncio, as mãos, os olhos e as vírgulas falam.
Queira escutar, apenas.
Me falo pra quem queira ouvir.
Não me forço, não me imponho. É muita energia gasta, muito desperdício de alma.
A minha já não agüenta. Resolvi que, meus
dias não precisam de bandeira, o que defendo carrego comigo 24 horas por dia.
No meu coração, meu estandarte, minha nação.
Meu coração é o rio que corre em
mim. Meu coração é o edifício ruído que conta minha história. Meu coração,
minha decadência. Meu coração, minha fortaleza.
Meu coração, tudo que prezo.
Ele pede silêncio, ele pede paz –
e paz não é livre de guerra. A guerra existe, travo todo dia. Sem que muito
seja percebido, sem que muito seja explicitado.
Meus olhos um pouco mais cinza,
meu coração batendo mais lento. Só eu
sei, eu vesti a fantasia de mim e preciso pular meu carnaval.
Ananda Sampaio
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