18 de novembro de 2012

Outras palavras mais


Não há rendimento, há apenas um caminho sem volta. Agora, já não há mais bandeira branca, amor. E o que foi feito está cravado a pele, como tatuagem que não se apaga e nem desbota. Uma marca, profunda, concisa e sabida de si. Não daquela que com o passar do tempo possa ser confundida com uma queda de bicicleta ainda na infância... Esta está em toda sua forma, gritando e dizendo a que veio, como chegou a pele e como um eterno lembrete estampará as páginas da vida de quem a carrega. Como um desenho desvairado, às vezes disfarçada redondamente de um sol infantil.

Com ares de inocência, fulgor e desengano. Tudo ao mesmo tempo, misturado. Como marca de boi, como marca de nascença... Adquirida a partir de um novo nascimento – gerado por uma força quase bruta, mas sutil. Daquela dor que se vive com ela e os dias até parecem normais, mas já não claros e límpidos como antes.

Ela está ali: a dor, a cicatriz e às vezes até lateja.

Ananda Sampaio***

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