17 de janeiro de 2013

Um sopro



E eram muitas e muitas possibilidades, um campo infinito no qual eu poderia correr e nunca encontraria o fim. Eu senti o poder do tempo.  Hoje percebo claramente que havia uma força que não sei nominar ou classificar, mas que estava ali presente e pulsante dentro de mim. Bastava forçar a vista que eu conseguiria ver um horizonte a minha espera... E hoje eu percebo como tudo muda como eu mudei e como o mundo através dos meus olhos já não é mais o mesmo.

Precisava apenas carregar meu corpo e estava tudo bem. Hoje carrego o meu e das várias almas que nasceram em mim, com o passar das coisas e das pessoas. Sementes, eternas sementes que significam eternas promessas, eternos momentos – daqueles que nem são fatos em si, mas formados de sensações e emoções, e que diversas vezes sobre os nem lembro as palavras ou gestos. Apenas o que senti.

Tenho boa memória – e simplesmente acontece, às vezes antes de dormir: as cenas passeiam por minha vista e eu estou lá novamente. Como se existisse mesmo mágica no mundo.

“Metade das pessoas acreditam tudo dará errado e a outra acredita em mágica.”

Eu oscilo, pairo entre as duas. E ainda não consegui me decidir... Alivia-me saber que de alguma forma eu passei pelo mundo e deixei alguma marca – fui a fundo às palavras, nas risadas, nas lágrimas e acima de quase tudo, fui fiel a mim mesma e suportei as consequências. E mesmo assim, a vida ainda parece um sopro pra mim.

Ananda Sampaio

Um comentário:

Pollyana disse...

Palavras que fazem pensar...