Talvez você não entenda o motivo
dessa minha solidão, talvez nem mesmo eu saiba de onde ela surgiu. Como ela
cresceu e como ficou tão grande a ponto de me sufocar. Talvez o medo da vida
tenha me ressequido nesses últimos dias. Nesses dias estranhos onde nada se
encaixa e tudo parece uma construção irregular da minha mente. Palavras soltas
que não me prendem...
Enquanto tantos outros falam e
riem eu permaneço em silêncio lamentando meus ouvidos.Conversas das quais não
participo porque não vivi, risadas que não compartilho porque meu senso de
humor morreu há alguns segundos atrás.
E cinza é a cor. E eu queria,
pela primeira vez, estar errada e ter certeza que tudo dará certo. Seja de
baixo pra cima ou de cima pra baixo. Me angustia a corrida do tempo, a busca
por alguma coisa que não consigo enxergar, muito menos apalpar. O temor é de
que o muro que elaborei ao meu redor seja tão impenetrável que ninguém possa
aparecer pra conversar.
Quem sabe de todos esses
sentimentos amargos eu consiga retirar algo de bom pra existir de verdade no
mundo. Pode ser que um dia eu possa escrever com razoável propriedade a ponto
de me fazer entender. A ponto de você me entender. Tudo isso porque, quem sabe,
eu precise mesmo me explicar. E encontrar respostas.
A culpa não é sua. O vazio é meu.
Ananda Sampaio***
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