
Faz tempo que não escrevo, talvez
porque não tenha desejado me fortalecer. Resolvi arriscar e ver até onde tudo
isso iria dar. E percebi que jamais teria fim... Uma rua sem saída, mas não
posso tocar o muro que me impede de passar.
A me ver naquela escada sentada,
mão segurando o queixo, tive a impressão de que estava sempre a espera e que
esse era meu mais constante erro. Minha mais vil fraqueza. Cada livro que
compro é a esperança de viver aventuras e desenrolar a vida como se esta fosse
um novelo de lã.
Talvez haja algum segredo, alguma
capa a ser retirada e então daí surgirá a verdade do tipo pura. É nas páginas
dos livros que busco algum sinal, algum recado escrito às tortas para mim. Pode
ser que, alguém sem me conhecer, tenha conseguido me traduzir e só resta a mim
encontrar o livro certo e me desvendar.
Mas existe um mundo tão vasto
diante dos meus pequenos pés e são tantas as preocupações, as observações e por
fim, as satisfações e o por quês que temos que dar as perguntas alheias.
Mantendo assim o rol de desculpas bem convincente – seja para mim mesma ou para
outrem.
Sentada nessa escada contemplo a
minha vida, que passa frente a meus olhos e eu rio, e eu choro e simplesmente
contemplo. Como quem nada quer como quem a tudo basta. Sou jovem demais pra
isso, nem descendentes tenho e nem planejo tê-los. Quanto medo as pessoas têm
de se arriscarem em existências desconhecidas... Quanto medo de não seguir o
script
E eu tenho medo de quê? De me
afunda no mar com o peso da minha alma, de ficar indiferente às palavras que me
assaltam... Medo de uma existência sem timbre. De dias em branco, de não poder
passear a sós, de me diluir, de me entregar. Porque na verdade, eu quero me
consumir, ir no fundo, sem óculos de sol ou capa de chuva. E jamais abrir mão.
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